SMS- decisão

É quinta-feira. As saudades batem forte e mais um sms, atinge o coração de João, no Recife:
«Querido João: Receio ter descoberto que o imenso prazer que sinto ao navegar pelo seu corpo, que a ternura e serenidade que recebo, arraste, igualmente, sentimentos de incoerência, de resignação e de defesa. Ao termos medo um do outro, ao permitirmo-nos omissões, ao sermos gentis um com o outro, em vez de verdadeiros, não estamos a optimizar o nosso relacionamento afectivo, mas tão-somente a consumirmo-nos, a darmos nós, a murcharmos, em vez de nos entrelaçarmos e de desabrocharmos. Constantemente, o João tem-se manifestado pouco disponível, sem espaço, nem tempo para nós. Ora, eu preciso sentir que me deseja, de avaliar a sua sede de volúpia, mas necessito, igualmente, que aprecie a nossa massagem de alma com afecto e ternura sortidos, brotados do calor de projectos partilhados, da descompressão de angústias divididas, do amor sentido. Não preciso de o ver para saber que está do outro lado da ponte à minha espera. Saudades várias. Voamos sábado?»
Etiquetas: pintura de chagall

